SCqA comunicação estruturada e lógica da Bárbara Minto

Marcio S Galli

Na hora de escrever uma redação, um texto, muita gente fica simplesmente travado. Alguns chamam de bloqueio de escritor. Diante da folha em branvo, eu ficava nervoso ou com raiva, procurando como começar, como encaixar as frases. Minha conclusão sobre esse fenômeno era simples - algumas pessoas sabem escrever, se comunicar, outras não. O problema maior é que escrita está em tudo. Ou seja, precisamos entregar textos. Por exemplo, o professor - ou o chefe - pede a redação. Para empreendedores, clientes ou investidores.

Diante da pressão, só piora. E veja bem, nem estou falando do texto que fica uma grande M. Estou falando que quando começamos a procurar o que escrever nos voltamos para aquele comportamento tipo "seguidores". Tipo, procurando parágrafo a parágrafo o que a audiência quer ler. Da primeira frase a última, tentando remendar cada parágrafo. Ficamos frustrados nesse caminho desgastante. Então eu formalizo nossa complicação com a pauta bomba maior - vamos nos distanciando. A gente vai distanciando dessa coisa de escrever textos. Fica apavorante.

É nesse sentido que eu te convido para conhecer o trabalho da Bárbara Minto. Um trabalho que é precioso porque irá mudar a sua vida. Nessa hora da escrita, trará um impacto aliviante. E você irá perceber mudar sua vida como um todo. Você pode procurar por "Bárbara Minto" na Web e com isso irá encontrar o livro onde ela documentou tudo - O Princípio da Pirâmide, em inglês. Me considero sortudo por ter esbarrado nesse trabalho que tem história - que é história para outro dia, outro artigo. Hoje, quero te contar um pouco desse método ou ferramenta que irá mudar tudo para você nessa hora de lidar com textos. Com essa ferramenta você não só irá entregar textos melhores, que são entendidos pela audiência, pelo leitor. Além disso e mais importante, você não vai mais sofrer para escrever. Você não vai ter raiva, não vai ficar confuso, não vai ficar travado.

Peço um pouquinho de paciência, porque é um método. É uma ferramenta, e precisa ser dominada. Mas você vai perceber que quanto mais você presta atenção nessa ferramenta, quanto mais você treina, você vai ter mais resultados. E não se preocupe, você vai ter resultados logo nos primeiros exercícios. Vamos lá, então, ver o que é esse tal do Princípio da Pirâmide da Bárbara Minto. Depois eu vou te contar um pouco da história dela, de como ela descobriu isso para motivar você a saber mais.

O básico do método

E o que a Bárbara descobriu é elementar. É tão elementar, tão básico e tão simples, que você pode virar uma máquina de comunicar: escrever em qualquer momento, sempre que quiser, com uma liberdade natural. Mas melhor, escrever coisas que tem lógica, onde as pessoas entendem você. Ao exercitar o método você irá encontrar a lógica das coisas mais fácil. O que você perceberá é que seu problema não era sobre ter ideias. Seu problema era sobre não pausar para encontrar a lógica nas coisas.

O que a Bárbara propõe é um modelo estruturado, onde ela diz que toda e qualquer comunicação segue uma ordem. Ela se comunica assim com as pessoas e até com animais. A Bárbara afirma que a comunicação serve-se de uma lógica que ela elabora muito bem no livro O Princípio da Pirâmide:

  • Situação
  • Complicação
  • Pergunta
  • Resposta

Sendo que a resposta deve ser organizada com uma estrutura lógica piramidal. Falaremos depois sobre a lógica da resposta ou lógica da solução, ou a parte da pirâmide. Mas a parte da introdução é de vital importância. Para que isso faça sentido temos que definir a Situação aos termos da Bárbara:

Situação

A situação, de forma resumida, é por onde você começa seu texto, redação, proposta - chame do que quiser. A definição de situação, segundo a Bárbara, é algo que, ao ser lido, a audiência não discute e sabe que é verdade. Imagine um tema. Imagine uma audiência, em primeiro lugar porque é lógico, todo texto exite para um tipo de alguém. Agora, que temos um público, e assumindo que temos um tema, o assunto, então precisamos começar com aquilo que esse alguém sabe que é verdade. Que reconhece. Que não vem como uma dúvida. Para a Bárbara, situação é isso.

Depois de uma situação, a pessoa concorda — a sua audiência concorda — porque você precisa dessa premissa. Ninguém discute. Veja bem, pense bem. Isso é meio caminho andado. Porque se não for assim já começaria muito confuso não? Imagina você começar uma frase com “É por isso que temos que ser amigos da tecnologia”. Pode té, para alguns chamar a atenção. Mas esse não é nosso caminho aqui. Nosso caminho aqui é sobre lógica na comunicação.

Complicação

Continuando, agora sim, precisamos ter uma razão para estarmos nessa conversa entre quem fala e quem ouve. Uma razão que transforma o texto em uma "via de mão dupla" porque faz o leitor precisa se conectar com a lógica, em primeiro lugar.

Se você chega para alguém e fala de uma situação, daquela verdade, então agora esse leitor espera uma razão para você ter começado assim. Tipo "por quê estamos aqui?" A complicação não significa necessariamente um problema. Mas, e por motivos didáticos, vamos pensar nela como se fosse um problema. É a razão que estamos aqui, algo que aconteceu, ou algo aconteceu.

Dessa relação situação-complicação teremos a pergunta que está ligada a isso. Tipo, o que fazer para arrumar? Como será nosso plano? Devo investir? A pergunta nos leva para a resposta, que é a solução que você irá dar. Essa é grande parte da lógica que faz textos bons porque textos bons precisam de lógica.

Vamos refletir como essa “lógica” está em tudo na vida, mesmo em geral não prestamos atenção. Considere um grupo de pessoas trabalhando em uma sala escura porque a lâmpada está queimada. E algumas cenas possíveis:

  • Cena 1 - alguém entra e diz “Precisamos trocar a lâmpada!”
  • Cena 2 - alguém diz “Por que a lâmpada está queimada?”
  • Cena 3 - outro alguém simplesmente diz “A lâmpada está queimada.”
  • Cena 4 - outro diz "A sala está escura!

Todas essas formas de começar estão de fato em algum lugar da lógica. Veja que parece uma quebra-cabeça. Se colocarmos na ordem elementar, SCPR, ficaria assim, por exemplo:

  • Situação – “A lâmpada está queimada” (ou “A sala está escura”). Todos concordam.
  • Complicação – “Sem a lâmpada, não conseguiremos trabalhar.”
  • Pergunta – “O que fazer?”
  • Resposta – “Trocar a lâmpada.”

Esse é um exemplo elementar, simples, mas que nos lembra da necessidade dessa lógica. Então se você chega no meio de uma festa e grita para as pessoas saírem - pessoal saiam já! Ainda assim, e por conta da falta de explicação da narrativa lógica, alguém vai perguntar por quê, alguém vai querer entender a situação ou a complicação. Portanto, se for uma emergência e você não estiver vestido de bombeiro, você precisará trazer um texto curto - sim - mas um texto que começa com uma lógica, tipo "Pessoal, o prédio está pegando fogo. Se não sairmos agora vamos morrer asfixiados. O que fazer? Deixem seus pertences, vamos caminhar calmamente,.."

Veja que neste exemplo utilizamos SCPR no mesmo parágrafo. No caso dos textos você pode utilizar em blocos de texto. Por exemplo, o primeiro parágrafo pode falar de uma situação. O segundo da complicação. De uma forma ou de outra, lembre-se da estrutura original.

Essa estrutura irá ajudar você em toda a vida, porque está em todo lugar, ou deveria estar, em toda comunicação. Pauta bomba? Se você abraçar - e gostar - desse pensamento, você começará a perceber que todo mundo comunica de forma arbitrária. Começará a ver textos sem lógica. Mas a notícia é boa, agora, diz que "não é você o problema".

Exemplo de uma introdução

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